Chegado o momento do cigarro antes de dormir, foram os fumadores até ao terraço, o que no caso concreto incluiu a Joana e eu. A noite estava fresca, convidando a ficarmos próximos um do outro como costumávamos fazer nestas alturas. Não me sentia particularmente inclinado para cavalheirismos, pelo que acendi primeiro o meu cigarro. Mantendo o isqueiro aceso, ofereci a chama à Joana, que aceitou pegando na minha mão e rondando o corpo na minha direcção. De novo, o seu peito ficou colado a mim e à luz fraca do isqueiro, olhámo-nos nos olhos. Os meus deviam fazer alguma pergunta pois nos de Joana li provocação. Não sei se foi a sua mão que me puxou enquanto procurava acender-lhe o cigarro, se apenas nisso quis acreditar. Corpo contra corpo, com pernas entrelaçadas, senti a sua cintura delgada, tão fácil de contornar com os braços, colar-se a mim enquanto explorávamos as nossas bocas num linguado cheio de tesão.
É curioso agora pensar nisso pois na altura não tinha consciência se era a Joana ou tu quem ali estava. Mais parecia que sedução de alguns momentos antes apenas estava a ter continuação. No entanto, ali estamos nós, a namorada do Carlos e eu num flirt atrevidíssimo.
(continua)