domingo, 1 de abril de 2007

Memória duma noite - parte 1


Trago nas mãos a memória do teu peito estumescido, dos teus mamilos rijos, espetados na palma das minhas mãos.

A noite alongara-se e, consequentemente, diminuiu a distância entre os dois até que se misturassem primeiro o calor dos nossos corpos e depois a nossa respiração, num jogo de beijos mordidos. Não sabia onde nos estávamos a conduzir e tu também não parecias com isso muito preocupada. Agora que cada qual está no seu cantinho, penso que terá sido por isso que o teu pescoço se entregava aos beijos que por ele começaram a passar e as tuas mãos brincavam com os caracóis do meu cabelo, puxando-te mais para ti.

O teu ventre dançava enquanto os meus dedos por ele passeava e acreditei que essa era a forma de fazer o teu púbis quase neles se roçar. Assim, quando as nossas pernas se cruzaram, apertando-me tão erecto contra ti, deixei a minha mão cair pelas calças que acabara de abrir, até te segurar por baixo do fio dental. Os teus cabelos estavam curtos, hoje sei que os raparas quase todos como por vezes fazes, ficando os teus lábios soltos, gritando por uma carícia. Como estavas quente! O teu suspiro nasceu nos meus ouvidos e adivinhei-te molhada. Estavas mesmo. Descobri-o ao passear o dedo pelos teus lábios, por fora, como que experimentar-te, avançando pouco a pouco até ao teu clitóris.

Sinta-te arquear a cada pressão mais forte. Mas sei agora que a tua tesão explode quando começas a seduzir e realmente senti um fluxo quente descer por ti quando me abriste as calças e me pegaste levemente. Apertaste-me um pouco e senti-me latejar contra a tua mão enquanto me puxavas a pele para baixo até ter a cabeça toda descoberta.

A tua língua trouxe calor e humidade e acariciámo-nos em ritmo igual, com um prazer que dominava os nossos corpos. Ia em horas avançadas a noite, já ida há muito aquela altura em que ainda se faz algum ruído, quando eles entraram, sorrateiros. Blusas abertas, calças meias caídas, com o desejo estampado nos olhos, senti-me como num filme porno, daqueles em que sem que se saiba donde e porquê, entra um segundo casal na entretanto iniciada intimidade, reunindo-se os quatro em prazeres conjuntos, como se isso fosse o comportamento habitual.

Mas para nós não o era...
(continuação: parte 2)

2 comentários:

Anónimo disse...

Uma boa memória, muito bem contada...

Beijo doce

ps - obrigada pela visita

ÞrincessFaßiana disse...

Muito sensual!
Bjo Fabi***